Paranja[1] (ou Paranji) de فرنجية (Паранджа)[2] é uma toga tradicional da Ásia Central usada por mulheres e meninas, que, quando usada tapava o corpo e a cara.[1][3] É também conhecido por "burqa" noutras línguas. É similar no estilo básico e na função em relação a outros estilos regionais como o chadari afegão. A paranja era usada pelas mulheres para cobrirem-se totalmente nas cidades da Ásia Central.[4]
Nas áreas sedentárias muçulmanas da Ásia Central (os actuais Usbequistão[5] e Tajiquistão), as mulheres usavam estas veste para tapar a cara inteira. Esta roupa era usada nesta região antes da invasão comunista, tendo sida baneada pelos Comunistas Soviéticos.[6][7][8] O presidente do Taquijistão Emomali tem proclamado que os burcas não são parte da cultura tajique.[9] Esta veste foi atacada pelo governo de Atambaiev, os presidente do Quirguistão.[10]
A parte que cobria a cara, conhecida como o chachvan (ou chachvon), era muito pesada e feita de pelos de cavalo. Era especialmente popular entre as mulheres e raparigas urbanas usbeques e tajiques. O paranja era usado na Corásmia.[11][12] Também foi usado durante o domínio da dinastia xaibânida.[13]
Na década de 1800 há registo da mulheres estarem obrigadas a levar o paranja quando estavam fora de casa.[14] O paranja e o chachvon eram por 1917 comuns entre as mulheres urbanas das bacia dos rios meridionais. Era menos frequente nas zonas rurais e quase nunca usado pelos nómadas da estepe.[15]
A política de banimento do burca feita pelos soviéticos era chamada "hujum" na RSS do Usbequistão.[16]
Devido ao facto das mulheres tajiques e usbeques usarem paranjas, Lord Curzon na sua viagem por estas paragens em 1886 não conseguiu ver o rosto de nenhuma mulher.[17]
A Revolução de Outubrorussa encorajou a emancipação da mulher e desencorajou ou baneou o burca, incluindo desta maneira o paranja.[18] A União Soviética tentou desvalorizar o paranja mas as mulheres muçulmanas que usavam burca responderam matando as mulheres que tinham sido enviadas para fazê-las deixar de usá-lo.[19] Os usbeques oposeram-se violentamente contra a campanha anti-paranja, anti-matrimónio infantil e anti-poligamia iniciada pela União Soviética.[20]