A Favorita Nota: Este artigo é sobre uma telenovela brasileira. Para o filme de 2018, veja A Favorita (filme). Para a ópera italiana, veja La Favorita.
A Favorita é uma telenovela brasileira que foi produzida e exibida pela TV Globo em 2 de junho de 2008 até 16 de janeiro de 2009, em 197 capítulos,[3] com o último capítulo reexibido no dia subsequente, 17 de janeiro.[2] Substituindo Duas Caras e sendo substituída por Caminho das Índias, foi a 71ª "novela das oito" transmitida pela emissora. Teve a autoria de João Emanuel Carneiro, com colaboração de Denise Bandeira, Fausto Galvão, Márcia Prates, Vincent Villari e Antonia Pellegrino, contou com a direção de Paulo Silvestrini, Gustavo Fernandez, Roberto Vaz, Pedro Vasconcelos, Marco Rodrigo, Roberto Naar, Ary Coslov e Isabela Secchin. A direção geral e direção de núcleo foram de Ricardo Waddington. Contou com Patricia Pillar, Cláudia Raia, Mariana Ximenes, Carmo Dalla Vecchia, Cauã Reymond, Murilo Benício, Ary Fontoura, Elizangela, Genézio de Barros, Mauro Mendonça e Glória Menezes nos papéis principais.[2] EnredoQuando criança, Donatela perdeu seus pais num acidente de carro e foi acolhida pela família de Flora, assim, as duas cresceram como irmãs. Elas sempre tiveram talento para o canto e chegaram a formar uma dupla sertaneja: Faísca e Espoleta. As cantoras fizeram sucesso, mas suas carreiras foram interrompidas depois que conheceram os amigos Marcelo e Dodi. Donatela casou-se com Marcelo e Flora com Dodi, mas o casamento da primeira foi conturbado. O primeiro filho do casal desapareceu ainda pequeno, e além disso, Flora teve um caso com Marcelo, já separada de Dodi, e dessa relação nasceu Lara, o que a distanciou ainda mais de Donatela. No pior momento de discórdia entre as duas, Marcelo é assassinado, e a culpa recai sobre Flora, que foi flagrada com a arma do crime, sendo sentenciada a dezoito anos de reclusão, separando-se assim de sua filha, que é criada com muito amor por Donatela. Ao sair da prisão, Flora quer provar sua inocência, com a ideia de que a verdadeira culpada foi sua ex parceira de canto. Donatela, por sua vez, faz de tudo para que Lara não se aproxime de sua mãe biológica, e a menina se torna o alvo da disputa entre as duas.[3] A telenovela, inicialmente, não apresentou a real vilã ou mocinha da história, apresentando as duas versões de ambas personagens. Na versão de Donatela, Flora sempre teve inveja dela, e matou Marcelo pois percebeu que nunca iria se casar com ele. Já na versão de Flora, Donatela sempre desejou tudo que era seu, inclusive os rapazes, e quando ela percebeu que Marcelo iria deixa-la, o matou. Porém, no decorrer da trama, revela-se o verdadeiro caráter de cada uma, esclarecendo os papéis de vilã e mocinha. A trama ainda inovou ao romper com o formato tradicional de desfecho em que a revelação da verdade era concentrada no último capítulo, passando a trabalhar com uma visão mais verossímil em que os personagens, pouco a pouco, quando é revelado que a versão de Donatela é verdadeira, enquanto Flora é uma psicopata e a verdadeira vilã.[3] Elenco
Participações especiais
ProduçãoDepois de ser o responsável por duas telenovelas cuja audiência no horário das 19h havia quebrado recordes — Da Cor do Pecado e Cobras & Lagartos — o autor João Emanuel Carneiro teve a oportunidade de ter exibida sua terceira obra no horário das oito, uma faixa do horário nobre da TV Globo conhecida pela presença apenas de autores tradicionais.[11][12] Inicialmente, a trama se chamaria Karma; depois o nome mudou para Juízo Final. Mas a TV Globo, que teve problemas com o nome, decidiu mudar o título da trama para A Favorita, alegando que o título traria mais proximidade da novela com o público em geral.[13] O autor disse, em entrevista ao Vídeo Show, que já havia pensado no roteiro (ou pelo menos na sinopse da trama) desde quando escreveu Da Cor do Pecado e que objetivava criar uma obra inovadora, sem a presença de uma "mocinha clássica de novela".[14] Inicialmente, a trama seria ambientada no Centro-Oeste do Brasil, com as cenas urbanas gravadas em Brasília, porém, o autor João Emanuel Carneiro revelou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que não sabe fazer novela regionalista e por isso mudou a trama para São Paulo. Mas, para não fazer uma trama apenas urbana, criou a cidade rural fictícia de Triunfo, para dividir as cenas.[12] Para compor a personagem, a atriz Patricia Pillar visitou o presídio feminino Talavera Bruce, em Bangu (zona oeste do Rio de Janeiro), e recebeu orientação da instrutora de dramaturgia Paloma Riani e da psicanalista Kátia Achcar. Já Cláudia Raia recebeu a ajuda do ator Cacá Carvalho e da atriz e instrutora de dramaturgia Rosana Garcia.[15] Os atores Cláudia Raia, Mariana Ximenes, Glória Menezes, Mauro Mendonça, Bel Kutner e Ary Fontoura gravaram cenas na Estância Villa Maria, numa fazenda em Buenos Aires, que na novela representava uma fazenda no interior de São Paulo.[16] O apresentador Faustão fez uma participação especial na novela, na cena em que Cassiano (Thiago Rodrigues) e Augusto César (José Mayer) se apresentam no programa Domingão do Faustão. As cenas foram exibidas no dia 26 de agosto de 2008.[17] Escolha do elencoOriginalmente Priscila Fantin foi convidada para interpretar Lara, porém a atriz atravessava uma grave fase de depressão e recusou, sendo que o papel acabou ficando com Mariana Ximenes.[18] Fábio Assunção foi convidado para interpretar Dodi, mas devido a problemas de saúde, recusou, sendo substituído por Murilo Benício, que pediu pessoalmente à direção para ser escalado, uma vez que estava incomodado com sua imagem associada a papéis cômicos.[19] Iran Malfitano faria apenas uma participação especial de dois capítulos, porém o personagem atraiu a atenção do público e o ator foi efetivado no elenco.[20] As atrizes Ilva Niño e Etty Fraser foram consideradas para uma participação como Angelina, mãe de Silveirinha, mas Geninha da Rosa Borges ficou com o papel.[21] Entre os atores que tiveram que mudar de visual por causa da novela, estão: Deborah Secco, Mariana Ximenes, Taís Araújo, Graziella Schmitt, Christine Fernandes, Iran Malfitano, Murilo Benício e Juliana Paes antes da trama, e Cláudia Raia e Carmo Dalla Vecchia no meio da trama.[22] Juliana Paes foi convidada para protagonizar Caminho das Índias em meio ao trabalho na novela, sendo liberada pela direção de A Favorita para assumir o cargo na substituta. Sua personagem, a jornalista Maíra, foi atropelada no capítulo exibido no dia 21 de agosto pelos capangas do vilão Dodi e teve seus aparelhos desligados por Flora, morrendo na trama.[23] Já Ângela Vieira ameaçou deixar a novela por sua personagem Arlete não ter importância para a história. O autor atendeu às reclamações da atriz e passou a investir mais em sua trama, com foco no acidente de seu filho, Damião, e seu envolvimento passado com o deputado Romildo.[24] Taís Araújo e José Mayer também demonstraram descontentamento com os rumos que seus personagens tomaram ao longo da trama.[25][26] AberturaA vinheta de abertura mostra o desenvolvimento dos acontecimentos que antecedem a novela e que origina a trama central, através de um "teatro de sombras" com sombras que simbolizam Flora, Donatela, Marcelo e Lara. A abertura não dá indícios sobre qual das duas personagens principais, Flora e Donatela, seria a protagonista e qual seria a antagonista. Deste modo, nos créditos de abertura os nomes de Patricia Pillar e Cláudia Raia sempre apareceram em ordens diferentes e aleatórias. Apesar disso, supôs-se que a abertura deixou algumas pistas sobre o desenvolvimento da trama ao mostrar Flora na maior parte do tempo no lado preto das imagens e Donatela do lado branco, além de que, quando Flora está segurando o bebê, nota-se que a tela não está dividida, isto é, só há o lado preto neste trecho da abertura. Pelo fato da cor branca significar o bem e a cor preta, seu antônimo, o mal, muitos especularam que isso significava que Flora seria a antagonista, e Donatela a protagonista da trama. Além disso, o tiro que teria matado Marcelo, saía do lado esquerdo do vídeo, ou seja, o lado em que Flora aparecia.[27] Outros detalhes também estão presentes na abertura, como a dupla sertaneja, as chaminés da fábrica Fontini, e o projétil que atinge Marcelo, prateado, sendo o único elemento que não é sombra na abertura. RecepçãoAlém de premiada pela crítica, a história foi bem recebida pelo público. Flora conquistou a audiência no início da trama, fazendo-se passar por inocente. Quando foi descoberta como a verdadeira assassina, a maior parte do público se surpreendeu, pois acreditava que a verdadeira fosse Donatela.[28] Referindo-se à virada na história da personagem Flora ao longo da novela, o doutor em teledramaturgia Mauro Alencar, da Universidade de São Paulo (USP), disse: "A virada foi incrível. O trabalho da Patrícia está muito bom. Destacaram-se o olhar angelical e jeito dissimulado que Patricia Pillar imprimiu a Flora".[29] A novela ganhou também uma paródia do humorístico Casseta e Planeta, Urgente!, A Periquita, como o grupo humorístico faz com praticamente todas as telenovelas do horário nobre da Globo.[30] Já o site oficial de Maurício Ricardo, o charges.com.br, parceiro da emissora, parodiou a novela como A Preterida.[31] O ator Jackson Antunes, que interpretou o personagem Léo, chegou a ser agredido por um telespectador na rua, que não aprovava as agressões que o personagem cometeu.[32] Agentes penitenciários do estado de São Paulo chegaram a protestar contra o modo desumano com qual a carcereira Zezé tratava Donatela e as demais detentas no presídio da trama.[9] Audiência
O primeiro capítulo da novela marcou a pior audiência de estreia de uma novela das 21h da Globo: foram registrados 35 pontos e 49% de participação. Os baixos índices deveram-se à exibição, no mesmo dia, do último capítulo da novela Caminhos do Coração, da RecordTV.[33] Contudo, a trama bateu recorde de audiência no capítulo 56, exibido em 5 de agosto: foram alcançados 46 pontos de média e 65% de participação. Neste capítulo foi revelada a identidade da verdadeira assassina da trama, Flora.[34] Na quarta-feira, 31 de dezembro, a novela obteve a sua menor média 25 pontos, com picos de 32 pontos. Essa queda acentuada foi atribuída ao fato de ser o último dia do ano. No mesmo dia, a novela Três Irmãs também marcou uma marca ruim de 19 pontos, e a novela Negócio da China, por sua vez, também teve uma baixa audiência, com 18 pontos.[35] No penúltimo capítulo, exibido no dia 15 de janeiro de 2009, a trama registrou média de 52 pontos, picos de 55 pontos e um share de 76% (o maior índice desde de Paraíso Tropical, em 2007).[36][37] No capítulo, Flora invade a festa de casamento de Donatela e Zé Bob, esfaqueia Silveirinha e vai à lua-de-mel do casal. O último capítulo, exibido em 16 de janeiro, teve média de 50 pontos, com picos de 55 e share de 69,4%, mais baixa que seu penúltimo capítulo.[38] A reprise de seu último capítulo marcou uma boa média de 34 pontos.[37] A novela fechou com média de 40 pontos na Grande São Paulo.[39][40]
Reestreou em maio de 2022 com 16,8 pontos e picos de 19, mantendo os bons números da faixa vespertina. Porém, ficou atrás por décimos da estreia da sua antecessora, que registrou 17,3.[41] O segundo capítulo sofreu uma leve queda e registrou 14,7 pontos.[42] Seu terceiro capítulo consolidou 17 pontos, apresentando um aumento de 2,3 pontos comparado ao anterior.[43] Com grande repercussão nas redes sociais, a novela acumulou ao longo de seus 56 capítulos exibidos uma média parcial de 14,9 pontos. O índice é superior ao de sua antecessora na faixa, a segunda reprise de O Clone, na mesma altura, porém, esta viu seus índices alavancarem com o fim de Malhação. Em comparação ao mesmo período, acabou ficando pouco acima do patamar de Ti Ti Ti, Celebridade e Belíssima, que obtiveram desempenho considerado pífio em suas exibições.[44] Em agosto, a trama passou a ter parte de seus capítulos compactados, cada um deles correspondente a pelo menos dois na novela original.[45] Durante a reta final no mês de outubro, a novela viu seus índices crescerem, passando a ter uma parcial de 15,6 pontos, sendo este o melhor resultado em dois anos.[46] Em 7 de setembro a novela bate recorde com 17,6 pontos, chegando a picos de 21.[47] No dia 27 do mesmo mês, bate novo recorde com 18,9 pontos, sendo impulsionada pelo Amistoso da Seleção Brasileira de Futebol contra a Tunísia.[48] Repetiu a mesma média no dia 2 de novembro.[49] O último capítulo registrou 18,1 pontos.[50] Teve média geral de 15,61 pontos, índice considerado satisfatório para a faixa vespertina, elevando ainda 0,2 pontos a média deixada pela antecessora.[51] Prêmios e indicações
A atriz Patricia Pillar venceu o Meus Prêmios Nick 2009, na categoria melhor atriz, tendo sido indicada por seu desempenho em A Favorita. Cauã Reymond foi indicado no mesmo prêmio na categoria melhor ator graças a participação na trama de João Emanuel Carneiro Trilha sonoraNacional
Capa: Cláudia Raia e Patricia Pillar
SertanejoCapa: os desenhos da abertura da novela que representam Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Cláudia Raia) tocando violão.
InternacionalCapa: Mariana Ximenes
InstrumentalCapa: logotipo da novela
ExibiçãoA novela foi exibida pela TV Globo de 2 de junho de 2008 até 16 de janeiro de 2009, totalizando 197 capítulos. A novela era exibida inicialmente no horário das 20h55min, passando depois a ser exibida cada vez mais tarde, chegando às 21h10. Isso aconteceu uma semana após o horário de verão, pois a emissora decidiu alterar os horários de seus programas a partir de Malhação, para não perder a audiência de suas novelas e telejornais.[65][66][67] Em 2014, foi lançado um compacto da novela focando na história principal pela Globo Marcas em DVD.[68][69] RepriseFoi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo de 16 de maio a 11 de novembro de 2022, em 130 capítulos, substituindo O Clone e sendo substituída por O Rei do Gado.[70] A trama foi uma das mais pedidas pelos telespectadores. A novela chegou a ser cotada em 2021 como substituta de Laços de Família devido ao excelente desempenho no Globoplay, mas a ideia acabou sendo abortada por conta de algumas cenas inadequadas para o horário vespertino. Em seu lugar, a TV Globo optou pelo remake de Ti Ti Ti.[71] Durante sua reprise em 2022, a Globo optou por uma versão editada, eliminando algumas cenas impróprias e os diálogos considerados problemáticos para os dias atuais.[72] Mesmo assim, em 4 de agosto de 2022, a novela foi reclassificada pelo Ministério da Justiça, de "não recomendado para menores de 12 anos" para "não recomendado para menores de 14 anos", por violência, drogas lícitas e conteúdo sexual. A mudança foi realizada em virtude de uma denúncia anônima feito por um telespectador.[73] Assim, A Favorita se torna a primeira novela do Vale a Pena Ver de Novo a possuir uma classificação indicativa tão alta para o horário vespertino da TV Globo.[74] Outras mídiasEm 25 de maio de 2020, a TV Globo disponibilizou a novela na íntegra no Globoplay. O lançamento foi o primeiro de um pacote preparado com cinquenta outros títulos de sucesso da emissora, entre eles Vale Tudo (1988) e Tieta (1989). Foi a primeira telenovela a ser disponibilizada na plataforma através do Projeto Resgate.[75] Exibição internacionalNa Argentina a novela foi exibida a partir do dia 21 de setembro de 2009 com o nome de La favorita: Entre la pasión y la traición.[76] No Chile, foi exibida pelo Canal 13 e reexibida em 2014.[77] Em Portugal, foi exibida pela SIC.[78] Sua exibição terminou no dia 20 de fevereiro de 2009, com 8.0% de rating na audiência.[79] Na Sérvia, foi exibida pelo RTV 1. Volta a ser exibida em Portugal, através da Globo Portugal a partir do dia 30 de novembro de 2017.[carece de fontes] Referências
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